
A ideia de uma globalização designa o processo de integração em escala mundial da economia de mercado, das relações e interações humanas, relações econômicas, políticas e culturais entre nações, como consequência da velocidade sempre crescente dos meios de transporte e comunicação sendo, neste último caso, principalmente através das novas tecnologias de informação e comunicação (TICs). A globalização não é apenas um fenômeno de natureza econômica, mas política, tecnológica, cultural. Os diferentes aspectos do processo de globalização são: a globalização econômica e o neoliberalismo, a globalização social e as desigualdades, a globalização política e o Estado-nação, a globalização cultural ou cultura global, globalização hegemônica e contra-hegemônica, os graus de intensidade da globalização além de uma perspectiva do futuro da globalização. A ideia de globalização evoca a noção de um mundo único, uma aldeia global, um mundo sem fronteiras, de integração da economia mundial, de onde resultam expressões como: cultura mundial, civilização mundial, governança mundial, economia mundial, cidadania global.
PRIMÓRDIOS DA GLOBALIZAÇÃO: AS GRANDES NAVEGAÇÕES
As Grandes Navegações talvez tenham sido o primeiro passo para o mundo se tornar globalizado. Foi um período de procura por novos locais para fazer comércio e explorar territórios que aconteceu entre os séculos XV e XVII. Era o início da construção de um comércio global, além do continente europeu, com as trocas comerciais se expandindo internacionalmente, principalmente para as Américas e para a África.
Naquela época, a Itália tinha o monopólio da rota pelo Mar Mediterrâneo para a Índia, grande fornecedora de especiarias (produtos utilizados para temperar e conservar alimentos, elaborar medicamentos, cosméticos e outros produtos de farmácia). Dessa forma, os italianos cobravam o preço que desejassem para revender tais mercadorias. Por isso, havia a intenção, por parte de outros países como Espanha e Portugal, de romper com o monopólio, encontrando um novo caminho para as Índias Orientais (sudeste asiático). Além disso, existia o interesse por descobrir novas terras com o objetivo de encontrar, possivelmente, metais preciosos, produtos agrícolas ou pessoas para catequizar a religião católica nas regiões descobertas. Dava-se início à chamada “Era dos Descobrimentos”, financiada pelas coroas portuguesa e espanhola, em aliança com suas respectivas burguesias.
Esse período levou ao desenvolvimento da cartografia, à mudança do eixo do comércio mundial do Mar Mediterrâneo para o Oceano Atlântico, à chegada dos europeus na América, incluindo o Brasil, e à evolução do comércio a nível internacional. Apesar do aumento das trocas comerciais, os recursos disponíveis nos séculos XV a XVII eram muito diferentes dos que surgiram com a Terceira Revolução Industrial no século XX. Na Era das Navegações, tecnologias como caravelas, bússolas, pólvora e a invenção da imprensa foram importantes para as conquistas. A partir do século XX, surgem contextos político-econômicos, culturais e tecnológicos mais favoráveis à globalização.


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